Publicado em 27 jun 2019
Febre, calafrios e dor lombar são sinais de alerta para Pielonefrite
Um dos motivos que mais levam as pessoas ao consultório médico são as infecções do trato urinário, que é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, sendo cada um deles responsável por uma função na produção, armazenamento e eliminação da urina. A cistite, tema que já foi destacado anteriormente aqui no site e que é uma inflamação da bexiga, é um dos tipos de infecção urinária mais comum. Já a Pielonefrite é um tipo mais grave de infecção e requer muita atenção no tratamento, pois pode trazer grandes transtornos para o paciente. Além de causar lesões que comprometem o funcionamento dos rins, na Pielonefrite também existe o risco de septicemia, que ocorre quando a bactéria alcança a corrente sanguínea e dissemina a infecção pelo organismo todo.
Na Pielonefrite ocorre o acometimento do rim, mais precisamente da parênquima renal (onde estão as estruturas funcionais produtoras de urina), pelve renal (cuja função é facilitar o fluxo da urina pelos ureteres) ou sistema coletor. Geralmente, a maior parte das infecções são causadas por microorganismos que atingem o trato urinário, como a bactéria Escherichia coli, que habita naturalmente no intestino e é a principal responsável pelos casos de pielonefrite. Outros agentes causadores da doença, de forma menos comum, são Enterococcus faecalis, Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis.
Em geral, a doença pode se manifestar de dois modos:Pielonefrite Aguda – é uma infecção bacteriana que surge de uma hora para outra. Os sintomas agudos clássicos são febre, calafrios e dor na região lombar. O diagnóstico é feito clinicamente por anamnese e exames complementares, como hemograma completo, urina tipo I e urocultura com antibiograma, que auxiliam a confirmar a presença da infecção e identificar o agente infeccioso, orientando, assim, a conduta terapêutica. Exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ultrassonografia podem ser ainda solicitados para determinar se há obstrução do trato urinário, formação de abscessos ou se houver dúvida diagnóstica com outra patologia.
– Pielonefrite Crônica – é consequente de infecções renais de repetição. Os sintomas são semelhantes aos da fase aguda, mas podem ocorrer períodos assintomáticos. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagens ou do resultado do exame anatomopatológico, que é a avaliação macro e microscópica de tecidos e células. A forma crônica da Pielonefrite pode causar lesões irreversíveis no nos rins, ocasionando uma insuficiência renal grave.
– Algumas pessoas têm maior predisposição ao desenvolvimento da doença, como as mulheres, por uma questão anatômica; portadores de HIV, hepatite, diabetes, bexiga neurogênica, rins policísticos; pessoas que fazem uso de medicamentos imunossupressores; ou, ainda, quem sofre com obstrução no trato urinário (pedra nos rins, gravidez, malformações anatômicas) e refluxo vesicoureteral (quando ocorre o retorno de pequenas quantidades de urina da bexiga urinária para os ureteres e para os rins).
O tratamento padrão da pielonefrite aguda é feito com a administração oral de antibióticos e, em caso de dor ao urinar, é incluído o uso de analgésicos. Anti-inflamatórios só devem ser utilizados mediante recomendação médica, pois podem agravar o quadro renal. Nas infecções renais graves pode ser necessária a internação hospitalar para que a medicação seja feita por via intravenosa. Em algumas situações, pode haver ainda a necessidade de intervenção cirúrgica, principalmente quando há obstruções ou anormalidades estruturais do sistema urinário. Quando a pielonefrite aguda não é adequadamente tratada, pode evoluir para um caso crônico, necessitando de diálise ou, até mesmo, de transplante.