Publicado em 29 abr 2019
Recuperação mais rápida é uma das vantagens da cirurgia a laser para remoção de cálculos renais
O tratamento dos cálculos renais, massa sólida composta por pequenos cristais que surgem nos rins ou na bexiga, é determinado de acordo com o tamanho, densidade e localização da pedra. Cálculos pequenos, especialmente até 5 milímetros, costumam ser eliminados de forma espontânea pelo organismo através da urina. Mas os cálculos podem chegar até um tamanho de 12 centímetros e, nesses casos, a intervenção cirúrgica é necessária.
Em termos cirúrgicos, para a retirada de pedras nos rins, os procedimentos mais adotados são a cirurgia aberta, método convencional que consiste na abertura do rim para remoção dos cálculos, e as litotripsias, procedimento no qual é feita a fragmentação das pedras e que pode ser realizada com sistema de ultrassom, sistema balístico ou com o uso de laser.
“De maneira geral, o laser é utilizado desde 2002. Este método é muito indicado para os cálculos pequenos e aqueles em que não há fácil acesso numa cirurgia aberta ou convencional. A vantagem destes métodos endoscópicos que nós fazemos é justamente não ter que fazer corte e incisão e, com isso, a recuperação do paciente é muito mais rápida. Geralmente, ele fica internado 24 horas”, explica o urologista e professor Jayme Toledo Filho, que coordena o Centro de Tratamento de Litíase Urinária (Centralu) do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).
Na cirurgia a laser, com o uso do equipamento Holmium Laser, o cálculo pode ser totalmente pulverizado ou fracionado com a posterior retirada dos fragmentos dele com pinças/cestas especiais. Nos cálculos muito grandes, acima de 1,5 cm ou 2 cm, não há um bom resultado com o uso do laser, pois o tempo de cirurgia é maior e nem sempre é possível fazer a quebra total da pedra. “Para cálculo de ureter, nós temos os aparelhos endoscópicos chamados ureteroscópios rígidos, que não fazem manobra e são como varetas que vão sempre na mesma direção, e que são usados mais no sistema balístico. Mas quando o cálculo está em uma área diferente do rim, na qual o aparelho rígido não consegue atingir, nós usamos o aparelho denominado ureterorrenoscópio flexível, que faz curva e que consegue alcançar os cálculos que, normalmente, não seriam atingidos da outra maneira. Nestes aparelhos flexíveis é que nós usamos as fibras de laser, que podem ser fina, média ou grossa, dependendo do tamanho do cálculo”, complementa o Dr. Jayme Toledo Filho.
Apesar do alto custo e durabilidade limitada do equipamento, a cirurgia a laser é um dos tratamentos realizados com frequência no Centralu, como explica o professor Jayme Toledo Filho: “Nem todo tratamento que fazemos é feito com laser. A maioria utiliza o sistema balístico ou ultrassom, que são sistemas muito bons e mais baratos, mesmo com algumas limitações. Mas o Serviço de Urologia do Hupe é um dos poucos no Estado do Rio de Janeiro que tem uma frequência regular de uso de laser para tratamento de cálculo renal. Há mais de três anos, efetuamos sempre o mínimo de três procedimentos de laser por semana e é um avanço que nós temos a nível de hospital público”.
Uma extensão da enfermaria do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), o Centralu é especializado no tratamento de cálculos e está apto a realizar todos os tipos de tratamento, seja com cirurgia aberta, percutânea ou endoscópica, realizando em média 80 cirurgias de remoção de cálculo por mês, com tempo de espera entre três e quatro meses. Os pacientes têm acesso aos serviços por meio dos órgãos de regulação de vagas.