Publicado em 24 maio 2018
Câncer de próstata: realizar exames preventivos é fundamental
Você sabia que o câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais comum entre os homens brasileiros (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma)? De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de que, no Brasil, 68.220 novos casos da doença sejam detectados em 2018.
Localizada na base da bexiga, a próstata é uma glândula responsável pela produção de parte do líquido seminal que compõe o esperma e substâncias que dão suporte à sobrevivência dos espermatozoides. Com o passar dos anos, esse órgão começa a crescer e pode gerar problemas que comprometem a qualidade de vida masculina, como a hiperplasia prostática e o câncer de próstata. No primeiro caso, ocorre a multiplicação benigna das células prostáticas, sem invasão dos tecidos vizinhos e cujos sinais são a dificuldade para urinar e a redução da capacidade da bexiga de reter a urina. Já o câncer de próstata é uma neoplasia que se caracteriza por modificações moleculares e pela multiplicação de modo descontrolado das células prostáticas, podendo se espalhar por todo o órgão e, em casos mais graves, até mesmo fora dele.
As causas da doença ainda são desconhecidas, mas sabe-se que a incidência é mais comum em homens acima de 50 anos, apesar de poder ser diagnosticada em jovens, em casos mais raros. Outro fator de risco é o histórico familiar de câncer de próstata: homens com parentes de primeiro grau (pai, irmãos, tios) que tiveram a doença têm mais chance de desenvolvê-la. Os afrodescendentes também estão no grupo com maior predisposição para desenvolver o câncer de próstata.
O câncer de próstata é uma doença silenciosa. Muitas vezes, no estágio inicial, quando as chances de curam beiram 90%, ele não apresenta qualquer sintoma. Geralmente, os sintomas aparecem quando o tumor está em estágio avançado e cresce a ponto de bloquear o trato urinário. Neste caso, o paciente pode apresentar diminuição do jato urinário, gotejamento após a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, retenção urinária, aumento da frequência urinária e incontinência, sintomas estes que podem variar de indivíduo para indivíduo e que também podem ser indício de outras enfermidades.
Por isso, é importante que os homens consultem seu urologista com mais regularidade e mantenham os exames preventivos em dia. O diagnóstico do câncer de próstata é feito a partir do exame laboratorial de dosagem do antígeno prostático específico (PSA) e do exame de toque retal, que, apesar de ser temido por muitos homens, não é doloroso e dura apenas alguns segundos. A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é de que os indivíduos com mais de 50 anos façam, anualmente, os exames preventivos. Já aqueles que se enquadram no grupo de maior risco (afrodescendentes e pessoas com histórico familiar) devem fazer os exames a partir dos 45 anos.
O tratamento depende do estágio da doença, da idade e das condições clínicas do paciente. A partir destes fatores, o médico poderá recomendar a remoção cirúrgica da próstata, a radioterapia, a hormonoterapia ou o uso de medicamentos. Em casos de tumores de baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, que consiste no monitoramento periódico da evolução da doença, com intervenção se houver progressão da mesma.