Publicado em 27 abr 2018

Cálculos renais acometem mais a população masculina


Eles podem ser pequenos no tamanho, mas causar dores fortes. Os cálculos renais, também conhecidos popularmente como pedras nos rins, se localizam em qualquer região do trato urinário, podendo ser desde o rim até a bexiga, e impedem a passagem da urina. A litíase urinária, nomenclatura dada a este transtorno, é mais comum do que se imagina e, geralmente, afeta mais os homens.

“É uma condição extremamente frequente, em torno de mais ou menos 8,5% da população tem cálculo renal ou já teve algum episódio de uma cólica renal cujo cálculo foi eliminado espontaneamente. Existe um predomínio entre homens, para cada dois homens uma mulher e isso, de certa forma, é mundial. Tem predomínio maior em pessoas brancas, não se sabe muito bem o porquê. É muito comum existir um histórico familiar de cálculo, não significando necessariamente que seja uma doença hereditária. A faixa etária mais comum é entre 20 e 40 anos”, explica o médico Ronaldo Damião, chefe da Unidade Docente Assistencial da Urologia, que é composta pela Disciplina de Urologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pelo Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).

O surgimento dos cálculos está relacionado com o desequilíbrio nas substâncias que compõem a urina, como explica o Dr. Ronaldo Damião: “As causas mais comuns da formação dos cálculos renais são, em primeiro lugar, a supersaturação da urina. Na urina, além do líquido (água), existem elementos como cálcio, fósforo, ácido úrico, oxalato, citrato, magnésio, e essas partículas se chocam. Quando o líquido é pouco, os choques são maiores e o que chocou se precipita e forma um cristal. Em segundo lugar, é o pH da urina. Quando a pessoa tem a urina ácida, existe uma menor possibilidade de formação de cálculo. Então, é importante ingerir bastante líquido e ter um pH neutro, em torno de 7, nem muito alto e nem muito baixo”.

 

HUPE tem centro especializado no tratamento da doença

 

O tipo de tratamento a ser aplicado ao paciente vai depender do tamanho e localização da pedra e dos sintomas apresentados. Dependendo do tamanho do cálculo, ele pode ser expelido pela urina, principalmente quando menor que 6mm, ou removido por cirurgia. Somente o médico poderá dizer qual o tratamento mais indicado para cada caso.

O Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj dispõe de uma unidade especializada no tratamento da doença: o Centro de Tratamento da Litíase Urinária (Centralu), uma extensão da enfermaria do Serviço de Urologia do hospital. Com uma equipe multidisciplinar formada por urologistas, cirurgiões, anestesistas, nefrologistas e enfermeiros, dispõe de equipamentos para a realização de exames de imagem de alta complexidade, como ressonância, urografia excretora e tomografia. Inaugurado no dia 6 de setembro de 2017, o Centralu também dispõe de uma sala no centro cirúrgico onde são realizadas, diariamente, três cirurgias para cálculo, com todas as possibilidades de tratamento, seja com cirurgia aberta, percutânea (que é uma punção que se faz no rim para quebrar o cálculo e retirar) ou endoscópica (que utiliza laser para fragmentar o cálculo). O Centralu atende pacientes de todo Estado do Rio e as consultas são agendadas pelo Sistema Nacional de Regulação (SISREG).

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